Nos Compassos da simplicidade

 

Um roteiro turístico colonial de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, que te leva a sentir os compassos da simplicidade e do cotidiano do interior.

Seis propriedades que abrem suas portas e o coração de famílias que trabalham com a terra e levam a vida com leveza e harmonia.

- Adega Mascarello

- Casa do Cogumelo

- Casa Gilioli

- Colônia Muraro

- Famiglia Veadrigo

- Família Pagno

 

Um roteiro pra te fazer sentir-se em casa, seja lá de onde tu venhas.

Nosso nome vem da canção Mérica Mérica, música símbolo da imigração italiana no Rio Grande do Sul, cujo autor escolheu nossas terras para viver e nelas descansa até hoje.




Angelo Giusti (1848-1929)

Angelo Giusti nasceu na Itália e fez parte das primeiras gerações de imigrantes da Colônia Caxias, da qual Nova Trento - atual Flores da Cunha, pertencia até 1924. Passou grande parte de sua vida no Travessão Rondelli, onde cultivava a terra e escrevia poesias.

O poeta-agricultor fazia os poemas e canções durante o dia na lavoura, e de noite, à luz de velas, passava tudo para o papel. Com sua charrete, puxada por um cavalo branco, ia até a sede da vila, onde o Frei Capuchinho Exupério de La Compôte, transformava as letras em partituras.

Autodidata, Giusti sabia ler e escrever, mas nunca frequentou escolas. Aprendia e gravava a melodia de memória e, aos finais de semana, nos encontros de igreja e nas festas comunitárias, cantava com seus conterrânos as composições que criava.

Angelo Giusti deixou inúmeros poemas, inspirados na fé pessoal, na religiosidade e nos acontecimentos da sua época, entre eles o consagrado La Mèrica, o qual a tradição oral atribuiu a adaptação da obra à sua autoria.




La Mèrica

Da l'Italia noi siamo partiti
Siamo partiti col nostro onore.
Trenta sei giorni di macchina e vapore,
E in America siamo arrivà.

Mèrica, Mèrica, Mèrica,
Cossa sarala sta Mèrica?
Mèrica, Mèrica, Mèrica,
Un bel mazzolino di fior.

A l'America noi siamo arrivati,
Non abbiam trovato nè páglia, nè fieno,
Abbiam dormito sul nudo terreno,
Come le béstie abbiamo riposà.

Mà l'America, l'è lunga e l'è larga,
E circondata da monti e da piani,
E con l'indústria dei nostri italiani,
Abbiam formato paesi e città.

- A lei 12.411 de dezembro de 2005 institui a música La Mèrica como hino oficial da colonização italiana no Estado do Rio Grande do Sul




Capela Nossa Senhora do Carmo

A alegria e fé destas terras é característica desde a chegada dos primeiros imigrantes. A capelinha de madeira foi uma das primeiras construções de um povo que não sabia viver sem suas orações e a vida em comunidade. Nossa Senhora do Carmo foi a eleita para representar aquelas famílias que, com o tempo, se destacaram pelo trabalho. Hoje a comunidade conta com uma capela em alvenaria, inaugurada em 1951.

 

Os primeiros sepultamentos desta comunidade eram feitos ainda na Vila de Nova Trento, atual Flores da Cunha. Depois de instalado o cemitério local, por volta de 1920, os enterros se davam em covas feitas direto na terra, onde eram colocadas cruzes de ferro com a inscrição dos nomes, datas e mensagens dos familiares. Neste cemitério, que faz parte da Sociedade Capela Nossa Senhora do Carmo, encontram-se os restos mortais do poeta Angelo Giusto, ilustre morador desta comunidade.

¹ As famílias Pagno, Sozo e Pirolli foram as primeiras a se instalar nesta comunidade, em1878, vindas da região do Vêneto/Itália.

² A Ordem do Carmo teve origem no século XII, quando um grupo de eremitas se instalou no monte Carmelo, Palestina, iniciando um estilo de vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, o qual teve a visão da Virgem naquele local. O termo Carmelo ou Carmo em hebraico significa "vinhas do jardim de




Maior Produtor de Vinhos do Brasil

Desde 1994, o município de Flores da Cunha ostenta o título de Maior Produtor de Vinhos do País. Conforme os dados mais recentes disponíveis (do Cadastro Vinícola do RS | Ibravin - SEAPPA/RS - Mapa), a produção local em 2017/2018 atingiu 101 milhões de quilos de uva e 120 milhões de litros de vinho. Flores da Cunha possui em torno de 200 indústrias vinícolas (desde pequenas cantinas rurais a grandes empresas vinícolas). Boa parte desses empreendimentos abre suas portas para o turismo, fortalecendo uma cadeia forte economicamente e também de valorização da cidade.




Terra do Galo

Flores da Cunha é conhecido como a Terra do Galo. Tal alcunha advém de um episódio ocorrido por volta de 1930, quando um mágico teria passado pela cidade e prometido, durante o espetáculo, que cortaria a cabeça de um galo, e que com uma mágica, o faria cantar novamente. O mágico, contudo, fugiu no meio da apresentação e nunca mais foi visto. Por muitos anos o episódio foi motivo de vergonha. Porém, após a ação de alguns visionários locais, que passaram a usar o galo em seus produtos de alcance nacional, ele passou a se tornar um símbolo, não mais de forma negativa, mas sim de prosperidade e desenvolvimento. Assim o é até hoje.